domingo, 25 de abril de 2010

Mudança

Começo este tema tão na moda com uma citação de Bernard Shaw, " O progresso é impossível sem mudança. Aqueles que não conseguem mudar as suas mentes não conseguem mudar nada ". Este pensamento é fundamental para conseguirmos interiorizar e perceber o quanto este assunto é polémico, e porquê? - Porque, não raras vezes, muitos de nós falamos em mudança, na urgência desta, na sua necessidade, mas quantos de nós estamos verdadeiramente dispostos a mudar?
Quando oiço falar em mudança fico logo com a minha atenção redobrada, quantas vezes já ouvimos esta expressão, mas normalmente esta tem apenas um sentido, refere-se aos outros, quando o maior desafio da mudança é, sermos capazes de nos mudar a nós próprios.
Muitos de nós dizemos "isto tem que mudar", "as coisas têm que mudar", mas quantos de nós já fizemos algo por isso? Quantas vezes demos o primeiro passo? - Pois é, não podemos querer mudar os outros ou as coisas sem antes mudarmos a nossa atitude, a nossa postura, a nossa maneira de ser e actuar. Não podemos estar há espera que os outros dêem o primeiro passo, não podemos cobrar algo que nós próprios não estamos dispostos a fazer.
O mais incrível é a resistência que temos à mudança, quando a única coisa que é permanente é a própria mudança, este fenómeno é uma constante das nossas vidas. Ao longo do nosso processo de vida e crescimento enfrentamos inúmeras mudanças, umas naturalmente, outras sem resistência, mas quando é chegado o momento de verdadeiramente mudarmos o rumo dos acontecimentos, sejam eles profissionais ou pessoais, esbarramos no nosso comodismo, conformismo e incapacidade de ver para além do nosso "umbigo", achamos sempre que esta "coisa", a mudança, é algo que diz mais respeito aos outros que a nós mesmos, e, desengane-se, este é um problema mais seu que dos outros.
Mudar representa quase sempre uma ruptura, um fim, mas é também uma oportunidade, pois é o principio de algo novo. Mudar não é um fim, mas um principio, até porque, como já disse é um processo continuo. É assustador? - É! Como tudo o que é novo. Sair daquilo que é conhecido como a nossa zona de conforto nem sempre é fácil, e pode até parecer assustador, mas é também a única forma de encararmos um processo de mudança de forma positiva. Não devemos resistir à mudança, devemos abraçá-la.
Mudar é preciso...





quinta-feira, 22 de abril de 2010

Pare de Criticar

Acho que nos dias de hoje mergulhamos num mundo onde a critica se tornou a melhor arma de defesa. Criticamos tudo, o Governo, o País, a Família, os Amigos, os Inimigos, os Chefes, os Colegas e até os filhos. Não somos capazes de viver sem criticar, apontamos os defeitos a todos, quando, muitas vezes, os defeitos que estamos a apontar aos outros são o espelho das nossas fraquezas, mas é tão mais fácil criticar os outros, não respeitar a diferença, seja ela de cultura, religião ou apenas de opinião.
Eu tenho o habito de dizer aos meus colaboradores, se precisam de um culpado, culpem-me a mim, mas depois comecem a trabalhar na solução. Aqui digo o mesmo, e se parássemos de fazer criticas a tudo e a todos, muitas vezes infundadas, e assumisse-mos as nossas responsabilidades da forma como as coisas estão, e então, puséssemos mãos à obra para nos modificarmos antes de tentar modificar o mundo.
"Errar é humano, colocar a culpa em alguém é estratégico", infelizmente, o mundo está cada vez mais cheio de estrategas e menos povoado por humanos. A hipocrisia, a falsidade, a mentira, a prepotência e a maledicência, são cada vez mais os valores de hoje,  são cada vez mais as pessoas que "cospem" no prato de onde comeram, que não olham a meios para atingirem os seus fins, como diria Nicolau Maquiavel, "Os fins justificam todos os meios". 
Todos os dias nos iludimos e desiludimos, todos os dias olho para o mundo e às vezes parece que já não o reconheço. O mundo está igual, mas a humanidade está cada vez pior. Para se auto-promoverem as pessoas não olham a meios, são capazes de até "atropelar" quem lhes deu a mão, trair um amigo por um momento efémero de glória, cada vez mais, somos cada vez menos, os que ainda acreditamos que, a palavra, a amizade e o compromisso valem alguma coisa. "Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano (Voltaire)". Os meus amigos sabem que acima de tudo privilegio a lealdade, que podem sempre contar comigo, da mesma forma que eu sei com quais posso contar...
Lutemos pelos princípios humanistas, da lealdade, da sinceridade e da amizade, empenhe-mo-nos  por mudar o mundo fazendo renascer a humanidade...."A primeira lei da natureza é a tolerância - já que temos todos uma porção de erros e fraquezas (Voltaire)".

domingo, 18 de abril de 2010

Coisas Simples

Viver! Vivemos! Será que vivemos?
Uma das maiores tragédias da natureza humana é a nossa tendência para adiarmos a VIDA. Passamos os dias a sonhar com uma mar de rosas, que algures, no fim de um longo e árduo caminho iremos encontrar, mas, enquanto sonhamos com esse objectivo não vemos as rosas que florescem do lado de fora da "nossa janela". Efectivamente, deixamos que a vida nos passe ao lado enquanto buscamos o prestígio, o sucesso e o poder. E quando acordamos apercebe-mo-nos que já é tarde, que já não poderemos viver o que deixamos de viver enquanto buscávamos as riquezas materiais.
O mais caricato de tudo, é que esta busca desenfreada pela riqueza material que nos faz muitas vezes "cegar" e não viver o que de melhor os nossos dias nos trazem, terminará de forma inquestionável no cemitério, e eu nunca vi, num cortejo fúnebre, um qualquer carro de mudanças que transportasse os bens materiais do homem que desperdiçou a vida para os acumular.
Sejamos sábios, saboreemos as coisas simples da vida, aquelas que muitas vezes são gratuitas e nos fazem sentir bem, como o por-do-sol, o pão quente com manteiga, o café acabado de fazer, o sorriso de uma criança, um passeio à beira mar, uma molha com um aguaceiro de Verão, ou uma simples troca de olhares com a pessoa que amamos.
No fundo, o nosso maior património são as nossas memórias, as nossas recordações, este, é o único e verdadeiro tesouro, de valor incalculável e imensurável.
Encaremos cada dia como uma vida, como se fosse o último, viva-mo-lo como deve ser vivida e festejada a vida, em festa. O passado já era, o futuro é apenas imaginação, a única coisa certa é o presente, e esse, deve ser vivido, valorizado e festejado.
No cinema, no teatro, no bailado, etc., há ensaios, depois o ensaio geral, que antecede a o grade momento, a estreia. A vida é tudo isto, cinema, teatro e bailado, só que não tem ensaios gerais, e as oportunidades passadas e perdidas, raramente voltam a aparecer.
VIVAMOS! Vivamos plenamente, o único jogo que só se pode jogar uma vez, é o jogo da vida, pois neste jogo, só temos uma "vida".
Um amigo mostrou-me o video abaixo, uma homenagem ao artista, Israrel Kamakawiwi'Ole, com imagens da sua despedida desta nossa vida, mas uma despedida em grande festa.
Tornemos a nossa vida memorável, assim seremos para sempre recordados em festa.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Liderança

Hoje, esta é uma das palavras mais ouvidas, mais usadas nos mais diversos contextos, mas o que se quererá dizer com "Liderança"?
Quando ouço o uso desta palavra procuro perceber a contextualização em que é aplicada, e não são raras as vezes que acho o seu uso abusivo. Falar de "Liderança", de " Lideres", quando nos referimos a alguns dos nossos políticos e gestores, não será desvirtuar esta palavra? Transfigurar o seu significado? - É, na minha opinião é!
Um líder tem que ser algo mais do que alguém a quem se deu o poder, um LÍDER, tem que ser alguém que nos faça sonhar, tem que ser alguém que nos faça acreditar em algo que vai muito para além do óbvio, que nos faça percorrer aqueles últimos "metros" como se fossem os últimos metros, que extrai o melhor de cada um de nós e nos leva a fazer o impossível. Quantas pessoas conhecemos capazes de despertar em nós estes sentimentos? - Perdoem-me a franqueza, eu não conheço nenhuma que o faça na sua plenitude.
Li um livro que se chama "Os Ditadores", e foi para mim curioso perceber como alguns dos maiores ditadores da história foram, a dada altura das suas vidas, alguns dos melhores lideres que este mundo já viu. Capazes de mobilizar nações inteiras para uma visão, por vezes obsessiva e lunática, mas conseguiram "vender" esse sonho.
Hoje, o Mundo, o nosso País e as nossas empresas carecem de pessoas que nos façam acreditar, que nos mobilizem rumo a um objectivo, que sejam capazes de nos transmitir a vontade de sonhar e de perseguir esse sonho. Sim, estamos em crise, mas numa crise de liderança, que começa nas empresas e termina nas mais altas esferas do poder.
Quando as pessoas que têm o poder se preocupam mais com o seu prestigio individual, com o seu sucesso pessoal, do que com o bem geral, será difícil conseguir inspirar os outros a acompanha-los num qualquer desafio. Mas estas pessoas tão preocupadas com o seu "umbigo", nem se apercebem que o sucesso de todos seria também o seu sucesso, e que assim, o seu prestigio seria mais duradouro e não uma chama efémera que poderá ser apagada por uma qualquer "corrente de ar".
Pergunto-me, quando voltaremos a sonhar?

domingo, 11 de abril de 2010

Crise!

Hoje quero falar sobre este assunto "tão pouco" abordado. Na verdade estou "farto" desta palavra, uma palavra que hoje é usada quase como justificação para tudo o que de menos bom acontece. Basta ligar a televisão e, empresas fecham por causa da crise, a violência aumenta por causa da crise, o consumo de antidepressivos aumenta por causa da crise, o Governo, governa e desgoverna por causa da crise, propõe-se o PEC por causa da crise, etc..., é tão simples encontrar uma palavra tão pequena para justificar tantas e tão grandes "coisas".
Eu não acredito na crise, melhor, acho que a crise, é algo que vai muito para além desta forma economicista de a avaliar, temos que ir mais fundo, mergulhar na profundidade desta problemática e, aí, aperceber-nos-e-mos que a crise é, na minha opinião, mais de valores que financeira.
Os valores da nossa sociedade estão invertidos, vivemos numa sociedade, onde o Ter triunfou sobre o Ser, e quando assim é, tudo se desmoronará mais cedo ou mais tarde. Vivemos de aparências, como que "maquilhados" pois numa sociedade, completamente estereotipada, tudo e todos os que não se encaixem neste "grupos" são ostracizados.
Numa sociedade, onde os alunos se agridem mutuamente levando a casos extremos de fobia e suicídio, onde os professores são maltratados e até espancados por alunos, onde se procura o lucro fácil com "esquemas", onda há quem prefira viver à custa do rendimento de inserção social (rendimento mínimo) ou do fundo de desemprego em vez de fazer algo produtivo,  onde há um sentimento de impunidade para com os mais ricos, onde os policias são "julgados" por agredirem os bandidos e onde a justiça tarda em actuar e quando actua nem sempre o faz da forma mais correcta, a crise económica é um problema menor, pois se não resolvermos esta crise de valores, independentemente de todos os esforços económicos a CRISE, será permanente.
A desvalorização da pessoa, do Ser, em função do bem material, do Ter, é sem dúvida a maior das nossas crises e é sem dúvida, também, um dos maiores contributos para a crise económica que vivemos e para o endividamento das famílias. O sucesso e a realização pessoal foi colocado em segundo plano, privilegiando-se o número e a marca dos carros, as viagens de férias e o tamanho das casas. Ter mais, Ter melhor, Ter maior, é o objectivo de vida de muitos, nem que para isso tenham que vender a "alma ao diabo".
A família, onde estes valores eram ensinados, é nos nossos dias uma célula social em decadência. Os pais preferem levar os filhos para o "shopping" a passar algum tempo de qualidade para ensinar e incutir valores nestes futuros cidadãos, é tão mais fácil deixar a televisão, a PSP ou a Nintendo a fazer de "babysiter", em vez de investirmos na educação destes maravilhosos seres. Que cidadãos estamos a criar? Como conseguirão eles viver num mundo onde os recursos serão cada vez mais limitados, se não lhes ensinamos o valor das coisas simples, do sorriso, do abraço, do obrigado e do Ser em vez do Ter?
A ÉTICA, é para muitos hoje uma palavra estranha, temos amigos que "apunhalam" pelas costas outros amigos, pessoas que se riem para nós e nas nossas costas fazem o que podem para nos "derrubarem", que dizem estar do nosso lado, quando o único lado que conhecem é o deles. Realmente estamos mergulhados numa profunda CRISE, até quando?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Felicidade

Pois!!!
Hoje resolvi escrever umas palavras sobre aquela que é para mim a maior utopia de todas, a FELICIDADE, e porquê? - Porque muito se diz sobre este estado, mas o que é a Felicidade? - A Felicidade é, para mim, um caminho, e nunca uma meta.
Quem tiver por objectivo de vida ser feliz, desengane-se, nunca o vai atingir. Em gestão diria que este objectivo é tudo menos "SMART", e será sinónimo de uma enorme frustração pessoal pela sua impossibilidade de realização. Mas, nem tudo está perdido, há algo melhor, a Felicidade como caminho. Entenda-se, ao longo do nosso dia, dos nossos dias, são muitos os momentos de felicidade que vamos vivendo, muitos os momentos de realização pessoal e profissional, e é esta a chave para a "Felicidade", aproveitar ao máximo as energias positivas dos pequenos sucessos, das alegrias efémeras, pois serão essas energias que nos ajudarão a ultrapassar as dificuldades, e os momentos dificuldade.
Muitas vezes temos que parar, que interiorizar as nossa dificuldades, procurar a força dos bons momentos para superar as dificuldades, e recomeçar. Cada fim, não é mais que um  novo principio, cada dificuldade é uma oportunidade, cada momento de dificuldade é a chave para encontrar a solução para o futuro. Por isso, da próxima vez que lhe perguntarem se é feliz, responda que sim, eu sou, e muito. Porque esta (a Felicidade) não é a minha meta mas todo o caminho que percorro a cada dia.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Nação Prozac

Há algumas semanas, tive a oportunidade de ver o filme "Prozac Nation". Depois de o ter visto, comecei a olhar para o mundo que gira à minha volta, e fui-me apercebendo da quantidade de pessoas que hoje estão dependentes deste tipo de "drogas legais". Aparentemente, somos um povo deprimido, pois o consumo de anti-depressivos disparou loucamente, hoje, é quase "fashion" ter uma depressão, ou conhecer alguém que tenha.
Vivemos a um ritmo alucinante, ninguém tem paciência para nada, todos sofremos de "stress". O desafio que aqui deixo nesta primeira intervenção neste espaço de partilha, de discussão, e até de desabafo, e:. terá que ser mesmo assim? Não haverá outro caminho?